Quantia foi levantada em pouco mais de duas horas. Valor será dividido entre equipe e investido em fundo de reflorestamento dos montes no país asiático
Uma vaquinha online bateu a meta de R$ 200 mil em menos de duas horas de arrecadação para doar para o alpinista voluntário que liderou o resgate do corpo da jovem Juliana Marins, no Monte Rinjani, na Indonésia.
A meta inicial era de R$ 100 mil, mas o valor foi atualizado para R$ 200 mil. O perfil Razões para Acreditar, responsável por angariar o dinheiro, explicou que dobrou o valor pois Agam prometeu dividir o dinheiro com a equipe que participou da operação.
O esforço de Agam foi reconhecido pelos brasileiros, que passaram a acompanhar seu trabalho nas redes sociais. A conta de Agam já tem mais de 1 milhão de seguidores.
Há dias os internautas pediam a conta bancária dele para realizar doações. No início, ele não quis passar e disse que fez tudo de coração, pois esse é o trabalho dele. Agam já atuou em diversos resgates. Dessa vez, ele e o guia Tyo se voluntariaram e foram por conta própria para o monte.
“Essa vaquinha é um agradecimento. Um abraço do Brasil inteiro para um homem que fez o impossível — só para que uma família pudesse se despedir da filha“, diz um trecho do texto da vaquinha.
O comunicado destaca a compaixão que Agam teve: ele passou uma madrugada inteira pendurado na rocha ao lado do corpo de Juliana, para evitar que ela deslizasse desfiladeiro abaixo e se perdesse novamente. Ele afirma que não sabe como não morreu de frio.
O alpinista disse que, além de dividir o valor recebido com os colegas resgatistas, irá destinar parte da quantia para ser investida em reflorestamento nos montes da Indonésia.
“Ele agradeceu de coração todos vocês e pediu desculpas por não ter conseguido trazer a Juliana de volta e que fez o melhor que ele podia. Infelizmente, os resgates do Rinjani são os mais difíceis. Ele pediu desculpa e disse que foi o máximo que conseguiu fazer.”
Apesar de os socorristas não terem chegado a tempo de salvar a brasileira, por falta de equipamentos e condições do tempo, a iniciativa de montanhistas como ele, que se arriscaram por vontade própria e sem ganhar nada em troca, ficou de fora das críticas à estrutura sobre a demora no resgate.
A família da Juliana, através das redes sociais, também agradeceu aos voluntários.
“Somos profundamente gratos aos voluntários que, com coragem, se dispuseram a colaborar para que o processo de resgate de Juliana fosse agilizado”, afirma o posicionamento.
Eles também mostraram a mensagem que foi enviada aos voluntários. Em um trecho, eles ressaltam que as condições de resgate eram difíceis:
“Foi graças à dedicação e à experiência de vocês que a equipe pôde chegar até Juliana e nos permitir, ao menos, esse momento de despedida. Embora o desfecho já estivesse além do nosso alcance, levamos no coração a sensação de que, se vocês tivessem conseguido chegar antes, talvez o destino pudesse ter sido outro”.
Desde fevereiro, Juliana fazia um mochilão pela Ásia, tendo passado por Filipinas, Vietnã e Tailândia antes de chegar à Indonésia.
Em publicação nas redes sociais, a irmã contou que Juliana fazia a trilha com um grupo e um guia local quando, no segundo dia, disse estar cansada. O guia teria sugerido que ela descansasse e seguiu sozinho até o cume, deixando Juliana para trás.
Ainda de acordo com a irmã, a jovem ficou sozinha, entrou em desespero e acabou caindo. “Abandonaram Juliana”, afirmou.
Fonte: Diário do Rio